Psicomotricidade na Doença de Parkinson
- Inês Nalha Pereira
- Jan 27, 2019
- 3 min read
Primeiramente é importante compreendermos o que é a Doença de Parkinson e de que forma é que esta se expressa.
Pois bem, a Doença de Parkinson está relacionada com a deterioração lenta mas progressiva de células nervosas no nosso cérebro. Estas influenciam o controlo muscular e a regulação motora, e é por isso que muitas das vezes associamos o Parkinson a um descontrolo motor visível.
A Doença de Parkinson é caracterizada por vários sinais como:
- Os Tremores que são, por norma, o primeiro sinal da existência desta patologia e geralmente incidem primeiro nos membros superiores;
- A Rigidez muscular, influenciada frequentemente por questões socio-emocionais e farmacológicas;
- A Acinésia, caracterizada pelo atraso na iniciativa motora que, muitas das vezes, influencia o tempo de reacção do indivíduo;
- A Instabilidade postural onde o equilíbrio estático e dinâmico, assim como a marcha são muitas vezes afectados.
Muitas são as características desta patologia, contudo, estas são as principais e já nos ajuda a compreendermos. Sendo assim , é importante que compreendamos também que esta patologia irá influenciar a realização das várias tarefas da vida diária, sendo fundamental que seja feito um diagnóstico e, consequentemente, uma intervenção precoce e contínua.
No que diz respeito à intervenção psicomotora considero que existem vários aspectos que poderão ser trabalhados e, por isso, deixo-vos com algumas dicas de exercícios e tarefas que poderão utilizar.
A marcha
É essencial que a postura bípede e a marcha sejam treinadas pois tendencialmente os indivíduos com esta patologia apresentam um padrão de marcha alterado, contudo, variável.
Como intervir?
Estes indivíduos apresentam tendencialmente passadas mais curtas e irregulares, assim como dificuldades no inicio do acto motor. Uma das técnicas que poderá ajudar é sugerir a marcha “à pinguim”, com os pés mais afastados e orientados para fora. Isto irá aumentar a base de sustentação e irá permitir uma maior regularidade na passada.
O próprio realizar contagens ou cantar poderá facilitar a marcha pois irá fornecer um ritmo que irá permitir uma maior coordenação motora. Contudo, eliminar estímulos externos como televisões altas, grandes foques de luz ou estabelecer contacto com a pessoa posicionados atrás ou de lado, poderá ser também uma boa técnica pois irá permitir que o indivíduo se foque na tarefa e diminui a probabilidade de movimentos bruscos e, consequentemente reequilibrações abruptas.
Finalmente, treinar a marcha em diferentes inclinações e pavimentos, aumenta os momentos de estimulação nível proprioceptivo e sensorial;
Sistema Vestibular (Equilíbrio) & Proprioceptivo
Algumas das tarefas descritas no item da marcha estimulam também o sistema vestibular e proprioceptivo, contudo, existem exercícios simples que podemos fazer em casa que poderão facilitar a realização das tarefas da vida diária e diminuir a probabilidade de queda.
Como intervir?
Podemos realizar o movimento de sentar e levantar 15x. Neste movimento é importante que seja reforçada a importância de um movimento lento, com os membros superiores apoiados no braço da cadeira, os pés à largura da anca e a empurrar o chão e o tronco ligeiramente inclinado para a frente em todo o movimento.
A realização de percursos de obstáculos em vários posições, de vários tamanhos e formas é também uma tarefa que permite uma estimulação proprioceptiva e vestibular. Atividades de mudança de direcção, velocidade e posição permitem efetuar este tipo de estimulação.
Relaxação
Última mas não por isso menos importante, a relaxação poderá ser um complemento para tudo o que foi descrito anteriormente pois irá permitir diminuir a rigidez muscular existente e facilitar na diminuição das dores musculares, frequentes dos indivíduos com esta patologia.

Comments